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DeVIR na
Horta da Areia

é um projeto dirigido à comunidade, que há muito queríamos desenvolver. Resultou de uma candidatura da DeVIR ao Programa PARTIS & Art for Change, promovido pela da Fundação Calouste Gulbenkian e pela Fundação “La Caixa”, numa parceria com a Fundação Vítor Reis Morais / Centro Comunitário da Horta da Areia e com o apoio da Autarquia de Faro. Este projeto tem uma duração de 3 anos, teve início em 2021, contempla a apresentação de uma criação participativa através de práticas artísticas para a inclusão no final de 2022 e de outra, no final de 2023, altura em que ficará concluído. Começámos por identificar 2 grupos de mulheres que habitam em Faro, com quem queríamos trabalhar. Mulheres comuns, atentas e com interesse na área das artes performativas, que conhecemos como parte do público do CAPa, Centro de Artes Performativas do Algarve, e um outro grupo, o das mulheres que vivem em condições pouco favoráveis, mais diferenciadas, não só pela sua condição, mas sobretudo pelo lugar que habitam - o Bairro da Horta da Areia. A todas queremos proporcionar UM LUGAR, espaço e tempo, uma oportunidade de interromper voluntariamente as suas vidas, desafiando-as a torná-las mais completas e satisfatórias, por via do seu empoderamento, tanto a nível pessoal como a nível criativo/artístico, social e político. A junção era improvável, mas justificava-se. Hoje, olhando para trás e com metade do caminho já percorrido, é claro que esta aventura escondia muito do que não suspeitávamos, desafios maiores e mais complexos com os quais não contávamos, mas também conquistas que não imaginávamos conseguir. No 1º ano (2021) as atividades foram desenvolvidas em dois grupos separados, de modo a evitar/forçar contactos prematuros/impositivos e paralelismos valorativos. No entanto, ainda que separadamente, foram abordados os mesmos conteúdos, facultadas as mesmas ferramentas e desenvolvidas as mesmas práticas, com cada um dos grupos, como preparação para um trabalho conjunto nos dois anos subsequentes. Sabíamos que não queríamos “fabricar” artistas, mas pretendíamos, acima de tudo, promover encontros e reflexões através de práticas criativas, potencialmente transformadoras, que enriquecessem e complementassem as suas vidas, mas também que promovessem alterações positivas e libertadoras, tanto nível pessoal como familiar e social. Neste 2º ano do projeto (2022) foram realizadas Oficinas de Criação, nas quais se aplicam os conhecimentos anteriormente adquiridos e se desenvolvem novas experiências e competências a partir de um lugar de confiança, empoderamento e cumplicidade, que foi conquistado por cada grupo, permite o envolvimento e justifica a construção de um trabalho participativo. No próximo ano (2023) o projeto terá continuidade com novos formadores, seguindo o plano de atividades previsto, prosseguindo o objetivo de acolher novas participantes, de modo a tornar-se mais abrangente e completo. Culminará com a apresentação de um espetáculo no Teatro das Figuras, em Faro, num grande formato que prevê o envolvimento de outros habitantes da cidade.

no CAPa
11 dez 16h00
Travessia

depois de 2 anos com muitos encontros de trabalho, estamos preparadas para vos mostrar o resultado de um percurso muito pouco linear, cheio de nuances e dúvidas, onde a maior conquista foi o esbater de diferenças e o aproximar de vidas de 2 grupos de mulheres as mulheres da Horta da Areia e as mulheres da DeVIR.

começamos à mesa, sim. É sentadas à mesa, uma grande mesa, que iniciamos este espetáculo, tal como foi tantas vezes aí, em torno de uma refeição, que fomos diminuindo as distâncias entre nós, em que nos fomos encontrando (...) (...) estamos a falar do que sonhámos que seríamos e, apesar de todas as barreiras e para lá de todas as fronteiras que encontremos à nossa frente, aqui podemos ser felizes.

uma criação participativa desenvolvida por Ana Matias, Ângela dos Santos, Ângela Maria dos Santos, Cristina Cantinho, Cristina Monte, Elisa Almeida, Genny Cabrita, Guiomar Figueiredo, Isabel Macieira, Isadora Justo, Manuelina Poeira, Maria Carolina Guedes, Maria Leonilde Santos, Marta Silva, Maria Vargas, Odete da Silva, Otília Fialho, Samaritana Lima, Sandrine Crisostomo, Sílvia da Silva, Sara Cruz, Tânia Monte, Vanda Santa-Rita, Vanessa António encenação Pedro Alves movimento José Laginha e Marlene Vilhena

servindo-se de técnicas que tiveram a sua origem no que designamos como “teatro- documental”, estes 2 grupos de mulheres criaram um vastíssimo arquivo composto por memórias e histórias pessoais, textos mais ou menos ficcionais, fotografias, vídeos, desenhos, depoimentos registados em áudio, materiais utilizados para a edificação de um espetáculo multidisciplinar, onde se cruza o teatro e a dança, o cinema e a música, a literatura e as artes visuais e onde, propositadamente, se apagam as fronteiras que poderíamos entender que separariam o real da ficção ou a vida das artes.

set / dez 2022
preparação de espetáculo
Teatro + Movimento
com Pedro Alves, José Laginha e Marlene Vilhena

continuamos a ensaiar tanto os materiais cénicos e coreográficos que vão compor o espetáculo que estrearemos em dezembro deste ano, como ensaiamos aproximações entre as mulheres dos dois grupos que compõem este projeto. Se, em alguns momentos, nos juntamos em cima do palco (ou num dos estúdios do CAPa) para escrever textos, trocar correspondência, para criar fotografias ou vídeos, para improvisar uma coreografia, para experimentar uma pequena cena teatral, se ficamos à conversa, a debater alguns dos temas que vão sendo lançados para discussão em cada sessão, noutros momentos sentamo-nos em torno de uma mesa, partilhando uma refeição, criando outra comunidade que pode até ser um belo ensaio para uma sociedade mais justa, mais equalitária, onde os afetos, os sentimentos, as diferenças, os indivíduos contam mesmo. As coisas vão-se modificando. Sim. Vamos mudando. Só uma língua que esteja morta não se altera mais. A vida persiste e altera-se, permanentemente, parte-se e reconstrói-se. O espaço privado e íntimo não seria mais do que essa cidade ideal onde todos os transeuntes poderiam ter os rostos dos nossos familiares, dos nossos entes queridos, dos nossos amigos, onde conheceríamos todas as ruas, um lugar cuja arquitetura pudesse ser modificada, constantemente, à nossa vontade. Mais do que os textos que temos agora para decorar, mais do que as marcações que vamos ter que memorizar, mais do que as luzes que vamos ter que focar, mais do que os vídeos que temos para editar, mais do que as vozes que vamos ter que afinar, são os sorrisos, os abraços, as boas memórias destes momentos que passamos juntas que nos fazem felizes e sabemos que vão ficar para sempre. Mas, sim, estamos a trabalhar para vos podermos mostrar um pouco do que têm sido estes dois anos de projeto. Queres vir ter connosco um dia destes? Evidentemente, contamos contigo quando estrearmos...

Pedro Alves nasceu em Sintra, em 1979. Cofundador e diretor artístico do teatromosca, onde tem desempenhado funções de ator, encenador e programador. Licenciado em Estudos Artísticos, na variante de Artes do Espetáculo, e Mestre em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Frequentou ações de formação na área da gestão cultural, produção, encenação, gestão de projetos e recursos humanos e animação sociocultural, entre outras. Frequentou cursos de formação de atores dirigidos por João de Mello Alvim, João Miguel Rodrigues e Adolfo Simón. Como ator, participou em espetáculos com textos de Eric Bogosian, Eça Leal, Sófocles, Stig Dagerman, Lorca, Fernando Sousa, Jean Genet, Oscar Wilde, entre outros, dirigido por Nuno Pinto, Antonino Solmer, Filomena Oliveira, João de Mello Alvim, Mário Trigo, Rui Mário, Paulo Campos dos Reis, João Miguel Rodrigues e Adolfo Simón, na Companhia de Teatro de Sintra, Dante - Compañia de Teatro de Madrid, Teatro TapaFuros, teatromosca, Teatro Focus etc. Trabalhou com as coreógrafas Carla Sampaio, Daniel Cardoso e Célia Alturas. Desempenhou funções de formador e encenador do Grupo de Teatro da Faculdade de Farmácia de Lisboa. Coordenou uma equipa de intervenção comunitária num projeto da Câmara Municipal de Sintra. Colabora regularmente com o Quorum Ballet na função de dramaturgista e na direção artística. No teatromosca, dirigiu, entre outros, os espetáculos “Dog Art”, “Kip”, “As Três Vidas de Lucie Cabrol”, “Europa”, “Tróia”, “Moby-Dick”, “O Som e a Fúria”, “Fahrenheit 451”, “Kif-Kif”, “O Deus das Moscas”, “Ned Kelly” ou “Maridos”, entre outros. É responsável pela programação cultural do AMAS – Auditório Municipal António Silva e do festival de artes performativas MUSCARIUM, em Sintra.

José Laginha estudou dança no Ballet Gulbenkian, na CNBailado em Lisboa, no Cunningham Studio e foi bolseiro no Peridance Int. Dance School, em NYorque. Coreografou e interpretou 16 criações e dirigiu/coreografou o espectáculo de abertura de Loulé 2015, Cidade Europeia do Desporto. Em 94 fundou a DeVIR, ass. actividades culturais e implementou o “a sul” Festival Int de Dança Contemporânea. Foi programador do Teatro Lethes e do Cineteatro Louletano 94-2000. Em 2001 criou o CAPa, Centro de Artes Performativas do Algarve e em 2012 o Festival encontros do DeVIR. Paralelamente é responsável artístico do projeto comunitário DeVIR na Horta da Areia. Tem formação em Design de Interiores, concluiu o curso de Desenho da SNBelas Artes, frequentou o curso de Arquitectura FTL. Entre 94 e 2000 foi programador/curador na Gal. de Arte do Conv. Espírito Santo. Apresentou exposições individuais na área das artes plásticas.

Marlene Vilhena licenciada em Matemática, iniciou os estudos em dança na E.Superior Dança e completou a sua formação no Fórum Dança. Foi bolseira do programa INOVART/DGArtes na DWA (NL). Orientou workshops de dança em Portugal, Itália e Países Baixos. Integrou como formadora de dança criativa para crianças, o projeto com a comunidade cigana da Lejana de Cima “Educação e Formação para o Realojamento” - CM Faro, resultando em 2 apresentações públicas. Trabalhou como intérprete/co-criadora com coreógrafos em Portugal: José Laginha, Olga Roriz, João Costa, António Pedro Lopes, Ana Borges; em Itália: Lisa Masellis – QuaLiBò; Países Baixos: Gabriella Maiorino, Susy Blok, Malgorzata Haduch. De 2010 a 2012 colaborou com a DeVIR-CAPa, em atividades do CAPa e Festival encontros do DeVIR, retomando esta colaboração em 2020, integrando também o projeto DeVIR na Horta da Areia – Partis & Art for Change. Em 2021 voltou à criação em dança num projeto partilhado com José Laginha. Tem formação em Yoga e Massagem, desenvolve atividades profissionais nestas áreas.

7 dez 2022
almoço de trabalho
Pinheiros de Marim
com Pedro Alves e a equipa da DeVIR

confrontados com alguns desafios que o projeto enfrentou aquando de um acontecimento condicionante para a comunidade do grupo das mulheres do Bairro da Horta da Areia, que por momentos colocou em causa a continuidade do projeto, retomámos em força no dia 7 de Setembro, desta vez num formato menos convencional, fora de portas, como já experimentámos noutras ocasiões. Tratou-se de um almoço partilhado de trabalho onde conseguimos juntar pela primeira vez os 2 grupos de participantes à volta de uma mesa farta.

22 mai 2022
apresentação intercalar do trabalho com os 2 grupos
espaço cénico de "Maridos"
espetáculo Maridos
teatromosca

“a festa promete, foram meses de preparação, com muitas hesitações, sem certezas e com receios justificados de parte a parte. A vontade é muita e as expectativas são o resultado de um imaginário alimentado pela distância e pelo desconhecimento. Será uma tarde onde o “espetáculo” colocará lado a lado mulheres que, sem se conhecerem, criaram uma certa intimidade. Será um momento revelador, o resultado de meses de trocas de fotografias, de partilha de músicas, de mensagens áudio que umas debitaram e as outras repetiram, no formato de solilóquios, vividas como se fossem as suas verdadeiras proprietárias. Tudo faz parte de uma estratégia de aproximação que resultará na normalização de um encontro de mulheres que se “conheciam” sem nunca se terem visto. Este primeiro encontro de trabalho será vivenciado dentro do cenário do espetáculo “Maridos”, do teatromosca, a partir do filme homónimo de John Cassavetes. Depois deste ensaio e de um jantar de trabalho, as envolvidas terão oportunidade de assistir ao espetáculo. Será não só uma oportunidade de trabalhar num cenário, numa “casa” com móveis, com pratos, com quadros e candeeiros que guardam e ajudarão a compor histórias comuns - ou pelo menos familiares a todas, mas também de conversar com os criadores desse espetáculo, e compreender um pouco melhor todo o processo que levou à criação do mesmo projeto. Pela primeira vez, cada um dos grupos de mulheres, num contexto de sessão de trabalho, experimentará sentir os olhares cúmplices do outro grupo de mulheres, que melhor perceberão do que falam, o que contam e o que têm vindo a desenvolver. Será um exercício vivido em palco, num cenário completo, com cenografia rica e luz e som de qualidade, que terá a dimensão de um “quase” espetáculo de leituras encenadas. Ficará o desejo e a promessa de mais.”

nota: ao contrário do previsto o grupo das mulheres da Horta da Areia não teve condições para participar nesta sessão especial de trabalho, tendo esta atividade sido desenvolvida apenas pelo grupo das mulheres da DeVIR.

mai / jul 2022
oficinas de criação_Movimento
com José Laginha e Marlene Vilhena

experimentação de práticas de movimento individual e em grupo a partir da materialidade, da plasticidade, da sensorialidade e da sensibilidade dos corpos: corpo interno (orgãos, vísceras, ossos, cavidades, humidades, etc), corpo fronteira (músculos, pele, extremidades) corpo externo (vitruviano) e corpo com/no espaço (linhas retas, espirais, volumes, planos, pontos, arquitetura). O corpo que (co)responde a diferentes estímulos, que dialoga com o movimento em diferentes conversações (verbais, sensoriais, espaciais, relacionais, emocionais), de forma orgânica e improvisada. Tendo como suporte a audição de registos de vozes, de textos curtos, de sons e de entrevistas feitas aos elementos do outro grupo de mulheres, as mulheres da DeVIR foram desafiadas a experimentar a desconstrução de padrões de movimento, a descobrirem linguagens expressivas menos lineares do corpo, menos habituais e até inesperadas e improváveis. A lançarem-se na abertura para a perceção e acolhimento do desconhecido, permitindo a estranheza, o disforme, procurando sobretudo o novo que temos guardado e que ainda não foi revelado através da escuta, do questionamento, da dúvida, da observação, da análise do impulso e da surpresa.

fev / jul 2022
oficinas de criação_Teatro
com Pedro Alves


“estou ansiosa por te contar... Consegues ouvir-me? Aqui, no meio da escuridão, és capaz de escutar a minha voz? Quero falar-te de mim e do sítio onde vivo. As palavras vão fazendo um percurso, para lá e para cá, pelas ruas desta cidade, atravessando a linha do comboio, chegando perto de ti, as nossas mentes a deambular ao ritmo dos nossos passos, o meu corpo a tornar-se visível, tangível, a ir ao encontro do teu, vais começando a conhecer-me um pouco melhor. Pouco a pouco, as nossas vozes vão-se cruzando, vão-nos aproximando. Vou desenhando-me assim, na hesitação e na fragilidade do que vou acreditando ser, vou esboçando-te no que imagino que és, sonhando o que espero que possamos vir a ser, juntas. Na minha cabeça, vou substituindo as imagens fixas que tinha por outras muito mais fluídas e agora até podias ser água e é aí que te convido para um mergulho. Vestidas de teatro, pintadas de letras, oferecemo-vos os nossos vídeos e as nossas fotografias, propomos mudanças, transposições, e convidamo-vos a visitar as nossas casas-lar-abrigo, a fazer a travessia dos medos, das indiferenças e da falta de esperança, para que do quotidiano possa nascer o extraordinário.”

set / dez 2021
oficinas de criação
com Cláudia Jardim e Joana Manuel


Para lá da linha do comboio, para cá da linha do comboio. Se inventarmos um comboio que ali passa, esse comboio existe mesmo que ninguém o veja passar? A linha do comboio são apenas carris ou traça uma fronteira entre Faro e a Horta d’Areia? Se cada cabeça é um universo, quantos universos paralelos temos aqui, entre todas nós, do lado de cá e do lado de lá da linha do comboio? Quantas carruagens sonhadas passam na linha vazia até que surja o primeiro comboio da manhã nesta realidade commumente aceite como partilhada? A invenção é uma mentira? Um conceito não é uma invenção? O respeito, o poder, a liberdade, não são conceitos que se sentem no corpo? E se se sentem no corpo, há alguma dúvida de que são verdades? Onde estariam hoje as nossas verdades se nada se tivesse inventado desde o início dos tempos? Em que parte dos corpos, dos dois lados da linha do comboio, vibram as verdades, as mentiras, as nossas projecções do outro e de nós mesmas? Até Dezembro vamos descobrir carris paralelos, carris que se interseccionam, vamos talvez até instalar carris novos onde possam circular composições que ainda não sonhamos. Vamos projectar-nos, revelar-nos, respeitar a verdade nas mentiras e inventar a liberdade nas verdades que nos condicionam, que nos identificam, que nos marcam. Vamos? Talvez. Ou talvez estejamos, para já, apenas a inventar aquilo que ainda não sabemos: o que traz consigo cada uma das mulheres de Faro com quem queremos viajar pelos carris que juntas consigamos instalar por cima da fronteira.

Joana Manuel nasceu em Oeiras em 1976. Licenciou-se em Canto na Escola Superior de Música de Lisboa, onde veio a leccionar o módulo de Voz no arranque da licenciatura em Jazz, foi membro do Coro Gulbenkian durante oito anos, mas depois meteu-se nos teatros e nunca mais saiu. Em 2011/12 e 2017/18 foi professora de Voz no Departamento de Artes Cénicas da Universidade de Évora. Desde 2001 tem trabalhado como performer, co-criadora e/ou preparadora vocal, com Fernando Gomes, Ricardo Pais, Caroline Petrick, Sérgio Godinho, Olga Roriz, Giorgio Barberio Corsetti, Nuno M Cardoso, Nuno Carinhas, Fernanda Lapa, Victor Hugo Pontes, JP Simões, Ensemble Companhia de Actores, Teatro Cão Danado, Kevin Blechdom, Rui Galveias, Teatro Cão Solteiro e Teatro Praga. Pelo meio metem-se também participações em televisão e cinema, dobragens, locuções e narrações, a banda ‘Fungaguinhos’ (para a bicharada) e duas encenações para o estúdio de ópera do Instituto Gregoriano de Lisboa. É vocalista do grupo ‘el Sur’, que lançou em 2020 o álbum “Todas as sombras”. Em 2016 teve a sorte de encontrar o Nuno Moura, que lhe quis editar dois textos na boa companhia da Douda Correria, e por aí andam “O Espelho Invertido e Outro Texto”, com uma capa linda da Beatriz Bagulho. Gosta de ler em voz alta. E em voz baixa também.

Cláudia Jardim nasceu em Lisboa, em 1977. Trabalhou na Companhia de Teatro Sensurround, em encenações de Lúcia Sigalho (A Birra da Viva, Dedicatórias, Psicopata Apaixonado, Fora De Mim, Viagem à Grécia, Capriiiicho, O Cerejal e Kizomba), no Teatro da Cornucópia em encenações de Luis Miguel Cintra (Filodemo e Um Homem É Um Homem) e de Ricardo Aibéo (Duas farsas Conjugais). É membro do Teatro Praga, desenvolvendo aí o seu trabalho como criadora e intérprete. Para além disso tem estabelecido mais recentemente uma parceria criativa com Patrícia Portela (Anita Vai A Nada, Jogo das Perguntas, Fábulas Elementares). Destaca ainda a tradução de Quarteto de Heiner Müller e diversos workshops dirigidos no Teatro Viriato, no Fórum Dança e CNB e com associações como A Avó Veio Trabalhar, Universidade Terceira da Idade da Junta de Freguesia da Misericórdia, Mais Skillz, entre outras. Colabora regularmente com os artistas plásticos Vasco Araújo, Javier Nuñez Gasco e João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira (Palhaço Rico Fode Palhaço Pobre).

jul 2021
workshop de pensamento e criação
com José Laginha e Marlene Vilhena

chegados ao final da primeira fase do projeto DeVIR na Horta da Areia, é tempo de olhar para trás, de rever e de repensar o que vivemos e aprendemos uns com os outros. RESPEITO foi a palavra que, mesmo quando não dita e ouvida, esteve sempre presente em cada uma das sessões realizadas. Queremos continuar a dissecá-la e a esmiuçá-la, para encontrar uma forma de ultrapassar as diferenças que facilitarão a inclusão. Com este objetivo realizaremos nos dias 12 e 14 de Julho dois workshops, nos quais pretendemos fazer um balanço, uma avaliação do que partilhámos, e perspectivar o que aí vem, porque temos muito caminho para andar. Se queremos manter o respeito num processo de longa duração, que cruza o artístico e o social, e que junta durante 3 anos dois grupos de mulheres tão diferentes, temos que ser permeáveis aos desejos e contributos das participantes, ainda que respeitando, sem imposições, a programação previamente estruturada. Continuemos!

mai / jun 2022
workshop de fotografia
com Elisabete Maisão

sessão 1
- apresentação do percurso da fotógrafa, desde a moda até ao trabalho documental, com especial enfoque nos campos de refugiados - o que é a fotografia e diferentes usos desta ferramenta - fotografia documental, o seu uso e a sua importância no papel de captar diferentes realidades e culturas - questão da ética na captura e divulgação de imagens na fotografia documental - regras básicas de como fotografar - luz, enquadramento, composição e foco no retrato e na paisagem

sessão 2
- workshops práticos no exterior para recolha de imagens (grupo das Mulheres do Bairro da Horta da Areia - Claustro do Museu Municipal de Faro; grupo de Mulheres da DeVIR - zona circundante do Bairro da Horta da Areia).

sessão 3
- revisão, análise e reflexão sobre os trabalhos fotográficos realizados.

Elisabete Maisão fotógrafa e activista. Iniciou a sua carreira na fotografia trabalhando em revistas e eventos de moda e, em 2006, abriu o seu próprio estúdio, Nouvelle Photo. Em 2008 mudou-se para Amsterdão, onde trabalhou no “EYE - Film Institute of Netherlands” e estabeleceu-se como freelancer, continuando a dar formação em fotografia. Em 2011 inaugurou uma nova fase de trabalho, viajando e documentando o dia-a-dia de diferentes culturas, trabalho esse que resultou no seu primeiro livro, “Turning the wheels - Nepal”. No final de 2012 trabalhou como fotojornalista no Rio de Janeiro. De volta à Europa envolveu-se com o grande tema: “a crise dos refugados”. Entre 2015 e 2016 percorreu inúmeros campos de refugiados da Europa e do Médio Oriente, trabalhando como fotógrafa e voluntária. No Líbanos orientou workshops de fotografia para crianças, o que esteve na origem do projecto HOPEN. Em 2017, de volta ao Rio de Janeiro, realizou uma residência artística na Casa Rio, que resultou na exposição “Na Rota dos Refugiados” e levou-a a desenvolver o projecto HOPEN em Roraima, com refugiados indígenas provindos da Venezuela.

mai 2021
sessões Filosofia Prática
com Laurinda Silva


foram sessões de apresentação das participantes, alternativas às comuns partilhas autobiográficas, com proposta de exercícios no sentido das envolvidas se darem a conhecer a partir de diferentes perspetivas, não tanto sobre o que fazem ou fizeram na vida, mas transmitindo as suas formas de estar, pensar, imaginar e sentir, no próprio momento, sobre assuntos estratégicos que possibilitassem uma partilha leve mas sensível sobre cada uma. Afloraram-se também algumas temáticas sociais, que poderiam vir a ser transversais ao projeto, de forma a alimentar o processo criativo, sendo aprofundadas no futuro, gradualmente, consoante a pertinência para os dois grupos de mulheres: identidade, questões de género, empatia, comunicação, participação, encontro, desencontro, diferença, preconceito, julgamento, expectativas, desejos, aversões, limitações, empoderamento e liberdade.

Laurinda Silva natural de Oliveira de Azeméis, licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Filosofia de Braga da Univ. Católica Portuguesa, em 2004. Desde 2007 coordena o projecto Enteléquia - Filosofia Prática, um projecto educativo de divulgação e prática da Filosofia em contextos específicos. Tendo recolhido formação específica em vários seminários nas instituições como o Institute for the Advancement of Philosophy for Children, Montclair State University - New Jerdey (com Maughn Gregory e Megan Laverty), Institut de Pratiques Philosophiques (com Oscar Brenifier). Actualmente é Mestranda em Filosofia para Crianças na Universidade dos Açores. Tem desenvolvido o seu trabalho na área de Filosofia para Crianças e na formação de adultos na mesma área, via sessões de pensamento e workshops sendo facilitadora de Filosofia para Jovens e professora de Filosofia no ensino secundário.